A propósito, a última carta do duque... foi encontrada no quarto do rapaz depois de ele desaparecer?
- Não, tinha-a levado consigo. Creio, Sr. Holmes, que é altura de nos dirigirmos à estação de Euston.
- Vou mandar chamar uma carruagem. Daqui a um quarto de hora estarei ao seu serviço. Se tenciona telegrafar para casa, Sr. Huxtable, talvez seja melhor deixar que as pessoas da vizinhança pensem que ainda estão a ser feitas investigações em Liverpool ou onde quer que seja que a pista falsa levou a sua gente. Entretanto, eu farei algumas investigações discretas nas sua escola, e talvez a pista não esteja tão fria que dois velhos perdigueiros como eu e o Watson não a farejemos.
Chegámos ao fim da tarde à região fria e estimulante de Peak, onde se situa a famosa escola do Dr. Huxtable. Já era noite quando lá chegámos. Havia um cartão de visita na mesa do hall de entrada e o mordomo murmurou qualquer coisa ao patrão, que se voltou para nós revelando agitação em todas as suas feições.
- O duque está cá - disse. - O duque e o Sr. Wilder estão no escritório. Venham, meus senhores, e apresentá-los-ei a Sua Senhoria.
Eu conhecia, evidentemente, retratos do famoso estadista, mas o homem em si era muito diferente da sua representação. Era uma pessoa alta e majestosa, impecavelmente vestido, com um rosto magro e cansado e um nariz que era grotescamente curvo e longo. A sua pele tinha um tom cadavérico que ainda chocava mais pelo contraste que fazia com a longa barba avermelhada que caía sobre o colete branco, com a corrente do relógio a brilhar por entre as suas franjas. Era esta a figura majestosa que nos olhava friamente no centro da carpeta do Dr. Huxtable. Ao lado, estava um homem muito jovem que percebi ser Wilder, secretário pessoal do duque.