O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 5: A Aventura da Escola Priory Pág. 131 / 363

- Viva! - exclamei. - Conseguimos.

Mas Holmes abanou a cabeça, e a sua expressão mostrava perplexidade e expectativa em vez de alegria.

- Uma bicicleta, sem dúvida, mas não a bicicleta - disse. - Consigo distinguir quarenta e duas marcas de pneus. Esta marca, como poderá ver, é a de um Dunlop, com um remendo na parte exterior. Os pneus de Heidegger eram da marca Palmer, que deixam riscos longitudinais. Aveling, o mestre de matemática, afirmou-o com absoluta certeza. Portanto, não se trata da marca da bicicleta de Heidegger.

- Então, será a do rapaz?

- Possivelmente, se conseguíssemos provar que este levou consigo uma bicicleta. Mas não conseguimos de todo prová-lo. Esta marca, como pode ver, foi feita por um ciclista que vinha da direcção da escola.

- Ou na direcção desta?

- Não, não, meu caro Watson. Esta impressão mais profunda é evidentemente a da roda traseira, sobre a qual assenta o peso do ciclista. Verá que há vários sítios onde passa por cima e apaga a impressão menos funda que cor responde à roda dianteira. A bicicleta vinha da escola. Poderá ou não estar relacionada com o caso, mas segui-la-emos nessa direcção antes de prosseguirmos.

Assim fizemos e, ao fim de uns cem metros, ao sairmos da zona pantanosa da charneca, deixámos de ver o rasto da bicicleta. Seguimos o carreiro ainda na mesma direcção e encontrámos novas marcas num sítio onde uma pequena nascente atravessava o caminho. Ali estava, de novo, a marca da bicicleta, embora quase apagada pelos cascos das-vacas. Depois disso não vimos mais nenhumas marcas, mas o carreiro atravessava Ragged Shaw, o outeiro que dava para as traseiras da escola. O ciclista devia ter saído deste outeiro.





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