O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 1: A Aventura da Casa Vazia Pág. 14 / 363

Pensara que nos dirigíamos para Baker Street, mas Holmes mandou a carruagem parar à esquina de Cavendish Square. Reparei que, ao sair, ele olhou atentamente para a esquerda e para a direita, e depois, a cada esquina subsequente, teve todo o cuidado em assegurar-se de que não estava a ser seguido. O nosso caminho era, de facto, curioso. Holmes conhecia extraordinariamente bem todas as ruelas de Londres e, nesta ocasião, percorreu rapidamente com passos seguros um labirinto de cavalariças e estábulos, cuja existência eu sempre desconhecera. Finalmente, entrámos numa rua estreita, com casas velhas e soturnas, que dava para Manchester Street, e daí seguimos até Blandford Square. Aqui, Holmes virou rapidamente por uma estreita passagem, passou por um portão de madeira que dava para um pátio deserto e abriu com uma chave a porta das traseiras de uma casa. Ambos entrámos e ele fechou a porta.

A casa estava em total escuridão, mas percebi claramente que era uma casa vazia. Os nossos passos faziam ranger o soalho nu, e a minha mão estendida tocou numa parede onde o papel pendia em tiras. Os dedos magros e frios de Holmes agarraram-me o pulso, conduzindo-me através de um longo hall até eu ver a luz fraca da bandeira de uma porta. Aqui, Holmes virou subitamente para a direita e entrámos numa grande sala quadrada, vazia, cujos cantos se encontravam na penumbra, mas que ao centro estava ligeiramente iluminada pela luz fraca dos candeeiros da rua lá ao longe.

Não havia nenhum candeeiro ali perto e a janela estava tão cheia de pó que apenas conseguíamos distinguir a figura um do outro. O meu companheiro pôs-me a mão no ombro e encostou os lábios ao meu ouvido.

- Sabe onde estamos? - murmurou.





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