O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 1: A Aventura da Casa Vazia Pág. 20 / 363

Depois, o dedo apertou o gatilho. Ouviu-se um estranho e longo zumbido e, logo a seguir, o som de vidros partidos. Nesse instante, Holmes saltou como um tigre sobre as costas do atirador e fê-lo cair de bruços. Momentos depois, este estava de pé e com uma força convulsiva agarrou Holmes pelo pescoço, mas eu bati-lhe na cabeça com a coronha do meu revólver e o homem caiu no chão. Pus-me em cima dele e ouvi o meu camarada soprar um apito. Ouviram-se passos a correr no passeio e dois polícias fardados, acompanhados por um detective à paisana, entraram rapidamente pela porta da frente e entraram na sala.

- É você, Lestrade? - perguntou Holmes.

- Sim, Sr. Holmes, quis ser eu a vir. Estou muito contente por voltar a vê-lo em Londres.

- Creio que precisará de um pouco de ajuda não oficial. Três assassínios por resolver num ano não é nada bom, Lestrade. Mas resolveu o mistério de Molesey com menos do que a sua usual... isto é, resolveu-o bastante bem.

Tínhamo-nos todos posto de pé e o nosso prisioneiro respirava ofegantemente ladeado por dois polícias. Alguns noctívagos já se tinham juntado na rua. Holmes foi à janela, fechou-a e puxou o estore. Lestrade tinha trazido duas velas e os polícias acenderam as suas lanternas. Finalmente, consegui ver claramente o nosso prisioneiro.

O rosto que estava virado para nós era tremendamente viril e, no entanto, sinistro. Com uma fronte de filósofo e um queixo sensual, o homem devia ter iniciado a sua vida com enormes capacidades para o bem ou para o mal. Mas ninguém podia olhar para os seus cruéis olhos azuis, com as suas cínicas pálpebras descaídas, ou para o seu nariz agressivo e testa ameaçadora e enrugada, sem detectar os mais claros sinais de perigo dados pela Natureza.





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