- É você, Lestrade? - perguntou Holmes.
- Sim, Sr. Holmes, quis ser eu a vir. Estou muito contente por voltar a vê-lo em Londres.
- Creio que precisará de um pouco de ajuda não oficial. Três assassínios por resolver num ano não é nada bom, Lestrade. Mas resolveu o mistério de Molesey com menos do que a sua usual... isto é, resolveu-o bastante bem.
Tínhamo-nos todos posto de pé e o nosso prisioneiro respirava ofegantemente ladeado por dois polícias. Alguns noctívagos já se tinham juntado na rua. Holmes foi à janela, fechou-a e puxou o estore. Lestrade tinha trazido duas velas e os polícias acenderam as suas lanternas. Finalmente, consegui ver claramente o nosso prisioneiro.
O rosto que estava virado para nós era tremendamente viril e, no entanto, sinistro. Com uma fronte de filósofo e um queixo sensual, o homem devia ter iniciado a sua vida com enormes capacidades para o bem ou para o mal. Mas ninguém podia olhar para os seus cruéis olhos azuis, com as suas cínicas pálpebras descaídas, ou para o seu nariz agressivo e testa ameaçadora e enrugada, sem detectar os mais claros sinais de perigo dados pela Natureza.