O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 8: A Aventura dos Seis Napoleões Pág. 202 / 363

Holmes voltou a sentar-se direito na cadeira.

- Arrombamento! Isso já é mais interessante. Conte-me os pormenores.

Lestrade tirou o seu bloco de notas que usava em serviço e reavivou a sua memória lendo algumas páginas.

- O primeiro caso foi comunicado há quatro dias - disse. - Foi na loja de Morse Hudson, que tem uma galeria de venda de quadros e estátuas em Kennington Road. O empregado tinha-se ausentado da loja por alguns instantes quando ouviu um estrondo. Correu a ver o que era e encontrou um busto de gesso de Napoleão, que estava juntamente com outras obras de arte em cima do balcão, feito em pedaços. Correu para a rua, mas, embora alguns transeuntes declarassem que tinham visto um homem a sair apressadamente da loja, não conseguiu ver ninguém nem identificar o patife. Parecia ser uma daquelas atitudes gratuitas de vandalismo que ocorrem de tempos a tempos, e foi comunicado ao polícia de giro nesses precisos termos. O busto de gesso não valia mais que alguns xelins, a questão parecia demasiado pueril para merecer uma investigação específica.

»No entanto, o segundo caso já foi mais grave e também mais estranho. Deu-se na noite passada.

»Em Kennington Road, e a poucas centenas de metros da loja de Morse Hudson, vive um conhecido médico, o Dr. Barnicot, que tem um grande número de doentes na margem sul do Tamisa. A sua residência e consultório principal situam-se em Kennington Road mas tem um outro consultório de cirurgia e um dispensário em Lower Brixton Road, a cerca de três quilómetros e meio de distância. O Dr. Barnicot é um entusiástico admirador de Napoleão e a sua casa está cheia de livros, quadros e relíquias do imperador francês. Há pouco tempo, comprou a Morre Hudson dois bustos idênticos, de gesso, de Napoleão, da autoria do escultor francês Devine.





Os capítulos deste livro