O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 1: A Aventura da Casa Vazia Pág. 22 / 363

A expressão de fúria no seu rosto era horrível de ver.

- Confesso que me fez uma pequena surpresa - disse Holmes, - Não previ que o senhor utilizasse esta casa vazia e esta tão conveniente janela da frente. Imaginei que atacasse da rua onde o meu amigo Lestrade e os seus homens o esperavam. À excepção desse pormenor, tudo correu como eu esperava.

O coronel Moran voltou-se para o detective da Polícia.

- Poderá-ter ou não justa causa para me prender - disse -, mas não pode haver qualquer razão para que eu tenha de me sujeitar ao escárnio desta pessoa. Se estou nas mãos da lei, então que seja tudo feito de uma forma legal.

- Bom, o seu comentário é aceitável - disse Lestrade. – Quer dizer mais alguma coisa antes de nos irmos embora, Sr. Holmes?

Holmes tinha apanhado a poderosa espingarda do chão e estava a examinar o seu mecanismo.

- Uma admirável arma… e única - disse, - silenciosa: e com um tremendo poder; conheço Von Herder, o mecânico cego alemão que a fabricou por ordem do falecido professor Moriarty. Há anos que sabia da sua existência, embora nunca tivesse tido oportunidade de a manusear. Chamo a sua especial atenção para ela, Lestrade, e também para as balas que utiliza.

- Pode estar descansado que a observaremos com toda a atenção, Sr. Holmes - disse Lestrade, enquanto todo o grupo se dirigia para a porta. - Quer dizer mais alguma coisa?

- Apenas perguntar-lhe a causa que irá invocar para a prisão efectuada.

-A acusação? É evidente que a tentativa de assassínio de Sr. Sherlock Holmes.

- Não acho bem, Lestrade. Proponho que eu não seja citado neste caso. A si, e apenas a si, cabe o crédito desta extraordinária prisão. Sim, Lestrade, dou-lhe os meus parabéns.





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