O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 10: A Aventura do «Pince-Nez» Dourado Pág. 261 / 363

- Sim, sim, alguém passou por aqui - disse Holmes, curvando-se para observar a relva. - A tal senhora deve ter tido muito cuidado ao andar, senão de um dos lados teria deixado marcas no caminho e do outro pegadas ainda mais distintas no canteiro, não acha?

- Sim, Sr. Holmes, deve ser uma pessoa muito fria e atenta.

Vi uma expressão intensa passar pelo rosto de Holmes.

- Disse que ela deve ter regressado pelo mesmo caminho?

- Sim, não há outro.

- Por esta berma arrelvada?

- Sem dúvida, Sr. Holmes.

- Hum! Deve ter sido um feito notável... absolutamente notáve1. Bem, acho que não podemos descobrir mais nada aqui no caminho. Avancemos. Calculo que o portão do jardim está normalmente aberto! Então o visitante nada mais tinha a fazer senão entrar. A ideia de assassínio não devia estar no seu espírito senão ter-se-ia munido de uma arma em vez de recorrer à faca que estava em cima da secretária. Passou por este corredor, não deixando vestígios devido ao tapete de juta. Depois, viu-se no escritório. Quanto tempo é que aqui terá estado? Não temos forma de o saber.

- Apenas alguns minutos, senhor. Esqueci-me de lhe dizer que a Srª Marker, a governanta, esteve a limpar o escritório pouco tempo antes... cerca de um quarto de hora antes, segundo afirma.

- Bom, isso já é uma indicação. A tal senhora entra no escritório e que é que faz? Vai à secretária. Para quê? Não para tirar qualquer coisa das gavetas. Se estas tivessem qualquer coisa de valor, estariam fechadas à chave. Não, era qualquer coisa que estava no armário. Olá! Que é este arranhão na madeira? Acenda um fósforo, Watson. Por que é que não me falou nisto, Hopkins?

A marca que Holmes examinava começava junto à ferragem do lado direito da fechadura e tinha cerca de dez centímetros de comprimento, tendo riscado o verniz da madeira.





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