O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 10: A Aventura do «Pince-Nez» Dourado Pág. 260 / 363

- Então, iremos nele. Não há dúvida de que o seu caso tem alguns pontos de grande interesse e terei todo o gosto em investigá-lo. Bom, é quase uma da manhã e é melhor dormirmos algumas horas. Penso que ficará bem no sofá em frente à lareira. De manhã, acenderei a minha lamparina e farei café para tomarmos antes de sair.

No dia seguinte já não havia temporal, mas a manhã estava gélida quando começámos a nossa viagem. Vimos o frio sol de Inverno aparecer sobre os pântanos sombrios do Tamisa e ao longo das suas margens extensas e monótonas que associarei sempre à perseguição que fizemos ao Andaman Islander, logo no início da nossa carreira. Depois de uma longa e fatigante viagem, descemos num apeadeiro a alguns quilómetros de Chatham. Enquanto o cavalo estava a ser atrelado à carruagem na estalagem local, tomámos um pequeno-almoço apressado, de forma que estávamos prontos a trabalhar quando finalmente chegámos a Yoxley Old Place. Fomos recebidos por um polícia ao portão do jardim.

- Então, Wilson, há alguma novidade?

- Nenhuma, senhor, nenhuma.

- Nem informações sobre qualquer estranho?

- Não, senhor. Na estação têm a certeza de que não chegou nem partiu nenhum estranho ontem.

- Averiguaram nas estalagens e casas de hóspedes?

- Sim, senhor, mas não descobrimos ninguém.

- Bom, Chatham não fica longe a pé. Qualquer pessoa podia lá ter estado hospedada ou apanhado o comboio sem ser vista. É este o caminho do jardim de que lhe falei, Sr. Holmes: Estou pronto a jurar que ontem não havia aqui qualquer marca.

- De que lado é que estavam as marcas na relva?

- Deste lado. Nesta estreita berma de relva entre o caminho e os canteiros. Agora não consigo ver as marcas, mas ontem viam-se claramente.





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