- Sempre foste uma grande mulher, Anna - disse o velho, sempre a fumar.
Ela erguera-se, mas caiu para trás com um pequeno grito de dor.
- Tenho de terminar - disse. - Quando acabei a minha pena, decidi obter o diário e as cartas que, se forem mandadas ao Governo russo, farão que o meu amigo seja libertado. Sabia que o meu marido tinha vindo para Inglaterra. Depois de o procurar durante meses, descobri onde estava. Sabia que ele ainda tinha o diário, pois quando ainda estava na Sibéria recebi uma vez uma carta dele em que me acusava e citava algumas passagens que eu aí escrevera. Contudo, estava convicta de que, devido a sua natureza vingativa, nunca me daria o diário de livre vontade. Tinha de ser eu a obtê-lo. Com este objectivo, contratei um agente de uma firma de detectives, que veio para casa do meu marido como secretário... foi o teu segundo secretário. Sergius, aquele que se foi embora de um dia para o outro. Descobriu que os papéis estavam no armário e fez um molde da chave. Não quis ir mais longe.