Como esperávamos, o telegrama foi seguido da pessoa que o enviara e o cartão de visita do Sr. Cyril Overton, Trinity College, Cambridge, anunciou a chegada de um homem enorme, com uns cem quilos de ossos e músculos, cujos ombros quase tocavam as duas ombreiras da porta e que nos olhou alternadamente com um rosto simples mas marcado por uma profunda ansiedade.
- Sr.Sherlock Holmes?
O meu companheiro baixou a cabeça.
- Fui à Scotland Yard, Sr. Holmes, e falei com o inspector Stanley Hopkins. Ele aconselhou-me a vir falar consigo. Disse que o caso, em sua opinião, pertencia mais ao seu campo de acção que ao da polícia.
- Faça o favor de se sentar e de me contar o que se passa.
- É terrível, Sr. Holmes... absolutamente terrível! Estou admirado de os meus cabelos não terem ficado brancos. Godfrey Stauton... certamente já ouviu falar nele... ! É o pivot à volta do qual toda a equipa gira. Preferia ficar sem dois defesas e ter Godfrey como avançado. Seja a passar, a marcar ou a driblar, ninguém o bate, depois toma a dianteira e mantém a equipa coesa. Que é que hei-de fazer? É isso que lhe pergunto, Sr. Holmes. Tenho Moorhouse, em primeiro-reserva, mas foi treinado como jogador de meio campo e avança sempre pelo centro em vez de procurar uma abertura lateral. É certo que tem bom pé e pontaria, mas falta-lhe discernimento e não aguenta um sprint. Ora, o Morton ou o Johnson, corredores de grande velocidade da equipa de Oxford, batê-lo-iam sem qualquer dificuldade. O Stevenson é bastante rápido, mas não consegue fazer um lançamento dos vinte cinco, e um avançado destes não pode ter lugar na equipa só por ser rápido. Não, Sr. Holmes, estamos arrumados se o senhor não me ajudar a encontrar o Godfrey Staunton.