Quando um homem desaparece, é meu dever averiguar que destino levou mas, depois de o conseguir, a questão, naquilo que me diz respeito, termina aí e, desde que não se verifiquem condições criminosas, estou muito mais preocupado em manter em segredo escândalos privados que em lhes dar publicidade. Se, como me parece, a lei não foi infringida neste caso, pode contar com a minha absoluta discrição e cooperação para que esta história não chegue aos jornais.
O Dr. Armstrong deu rapidamente um passo em frente e apertou a mão de Holmes.
- Você é um tipo decente - disse. - Julguei-o mal. Graças a Deus que a minha recusa em deixar o pobre Staunton sozinho na sua desgraça me fez voltar para trás e conhecê-lo. Sabendo o que sabe, esta situação é fácil de explicar. Há um ano, Godfrey Staunton esteve alojado em Londres e apaixonou-se pela filha da dona da casa, com quem se casou. Ela era tão boa como bela e tão inteligente como boa. Nenhum homem se podia envergonhar de tal casamento. Mas Godfrey era herdeiro daquele velho nobre excêntrico e era quase certo que a notícia do seu casamento teria posto termo à sua herança. Conhecia bem o rapaz e gostava dele pelas suas excelentes qualidades. Fiz tudo o que pude para o ajudar. Fizemos tudo o que podíamos para manter a sua situação em segredo, pois bastava um rumor para que toda a gente ficasse a saber. Graças a esta casa isolada e à sua própria discrição, Godfrey conseguiu-o até agora. O seu segredo não era conhecido de ninguém, à excepção de mim e de uma excelente criada que se ausentou para ir procurar ajuda em Trumpington. Mas surgiu um rude golpe sob a forma de uma perigosa doença na sua mulher. Era uma tuberculose do tipo mais virulento.