O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 2: O Caso do Construtor de Norwood Pág. 31 / 363

- Aceite um cigarro, Sr. McFarlane - disse Holmes, estendendo-lhe a cigarreira. - Estou certo de que, com os seus sintomas, o meu amigo, Dr. Watson, lhe receitaria um sedativo. O tempo tem estado muito quente nestes últimos dias. Bom, se já se sentir mais calmo, gostaria que se sentasse naquela cadeira e me dissesse lenta e calmamente quem é e o que pretende. Mencionou o seu nome como se eu tivesse obrigação de o reconhecer, mas garanto-lhe que, para além do facto óbvio de ser solteiro, advogado, membro da Maçonaria e asmático, não sei rigorosamente mais nada a seu respeito.

Conhecendo bem como eu conhecia os métodos do meu amigo, não me foi difícil seguir as suas deduções, notando o vestuário descomposto, o molho de documentos legais, o símbolo no seu relógio e a respiração ofegante, características essas que o levaram a tais afirmações. No entanto, o nosso cliente ficou a olhar fixamente para Holmes, completamente estarrecido.

- Sim, sou tudo isso, Sr. Holmes, mas tenho de acrescentar que sou o mais desgraçado dos homens de Londres. Por amor de Deus, não me abandone, Sr. Holmes! Se me vierem prender antes de eu acabar de contar a minha história, faça que eles me dêem tempo para que eu lhe possa contar toda a verdade. Irei para a cadeia descansado se souber que o senhor está a trabalhar para mim cá fora.

- Prendê-lo - disse Holmes. - Isto é, de facto, extremamente grati... extremamente interessante. Ao abrigo de que acusação é que espera ser preso?

- Sob a acusação de ter assassinado o Sr. Jonnas Oldacre, de Lower Norwood.

O rosto inexpressivo do meu companheiro mostrou uma simpatia que, devo dizer, não deixava de estar aliada a uma certa satisfação.

- Ora esta - disse ele -, ainda há pouco, ao pequeno-almoço, estava eu a dizer ao meu amigo, Dr.





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