O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 343 / 363

Olá, que é isto?

A Srª Hudson aparecera com o cartão de visita de uma senhora, numa salva de prata. Holmes olhou para o cartão, ergueu as sobrancelhas e passou-mo.

- Diga a Lady Hilda Trelawney Hope que faça o favor de entrar - disse ele.

Instantes depois, a nossa modesta sala, que já fora distingui da nessa manhã com a visita de duas ilustres pessoas, teve também a honra de acolher a mais bela mulher de Londres. Já ouvira muitas vezes falar da beleza da filha mais nova do duque de Belminster mas nenhuma das descrições feitas ou o facto de ter visto fotografias descoloridas me tinham preparado para o encanto subtil e delicado e para as belas cores daquela cabeça admirável. E, no entanto, ao vê-la naquela manhã de Outono, não era a sua beleza que mais impressionava o observador. As suas faces eram lindas mas estavam pálidas de emoção, tinha os olhos brilhantes, mas febrilmente brilhantes, e a boca sensível estava contraída num esforço de autodomínio. Terror - e não beleza - foi o que imediatamente saltou aos nossos olhos quando, por instantes, a nossa bela visitante parou à entrada da porta.

- Sr. Holmes, o meu marido esteve cá?

- Sim, minha senhora, esteve.

- Sr. Holmes, imploro-lhe que não lhe diga que eu cá vim. - Holmes baixou a cabeça friamente e indicou uma cadeira à senhora, - Vossa Senhoria coloca-me numa posição extremamente delicada. Peço-lhe que se sente e que me diga o que pretende, mas lamento não poder fazer qualquer promessa incondicional.

Ela atravessou a sala e sentou-se de costas para a janela. A sua presença era majestosa - alta, graciosa e intensamente feminina.

-Sr. Holmes - disse, abrindo. e fechando nervosamente as mãos de luvas brancas - falarei com total franqueza na esperança que isso o induza a si, por sua vez, a falar-me também com franqueza.





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