O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 2: O Caso do Construtor de Norwood Pág. 53 / 363

Fomos todos levados para uma das extremidades do corredor por Sherlock Holmes, os polícias quase a rir e Lestrade a olhar para o meu amigo com perplexidade, expectativa e escárnio sucedendo-se na expressão do seu rosto. Holmes estava à nossa frente com o ar de um ilusionista que se prepara para actuar.

- Importa-se de mandar um dos polícias buscar dois baldes de água? Ponham a palha aqui no chão, afastada das paredes de ambos os lados. Creio que está tudo pronto.

O rosto de Lestrade começou a ficar vermelho e irado.

- Não sei se nos está a pregar uma partida, Sr. Sherlock Holmes – disse. - Se sabe alguma coisa, certamente a pode dizer sem ser preciso toda esta fantochada.

- Garanto-lhe, meu caro Lestrade, que tenho uma excelente razão para tudo o que faço. Possivelmente, recorda-se de que troçou de mim, há algumas horas, quando as coisas lhe pareciam favoráveis a si, portanto, não me poderá levar a mal um pouco de pompa e cerimónia. Watson, importa-se de abrir essa janela e de lançar um fosforo a palha?

Assim fiz e, impelida pela corrente de ar, uma pequena coluna de fumo invadiu o corredor, enquanto a palha irrompia em chamas.

- Agora veremos se conseguimos encontrar esta testemunha, Lestrade. Importam-se todos de me acompanhar enquanto grito «Fogo!»? Então vamos: um, dois, três...

- Fogo! - gritámos todos.

- Obrigado. Vou pedir-lhes para repetirem.

- Fogo!

- Só mais uma vez, meus senhores, e todos juntos.

- Fogo! - O grito deve ter-se ouvido em Norwood.

Ainda o som das nossas vozes não desaparecera totalmente quando aconteceu uma coisa espantosa. Subitamente, abriu-se uma porta numa parede, que era aparentemente sólida, ao fundo do corredor e um homem pequeno e mirrado saiu a correr, como um coelho a sair da toca.





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