O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 2: O Caso do Construtor de Norwood Pág. 55 / 363

- E não quer que o seu nome apareça?

- De forma alguma. O trabalho em si é a minha recompensa. Talvez um dia, num futuro distante, eu também fique com o mérito, quando autorizar o meu zeloso historiador a revelar os seus manuscritos... hem, Watson? Bom, vejamos agora onde é que aquela ratazana estava escondida.

Tinha sido construída uma divisória com ripas de madeira e estuque ao fundo do corredor, com uma porta habilmente disfarçada. A iluminação do esconderijo era conseguida através de aberturas no forro do tecto. Lá dentro havia algumas peças de mobiliário e reservas de comida e água, juntamente com uma série de livros e papéis.

- Esta é uma das vantagens de se ser construtor - disse Holmes. - Oldacre conseguiu arranjar este pequeno esconderijo sem necessitar da ajuda de ninguém... excepto, é claro, da preciosa governanta que eu, se fosse a si, não perderia tempo em igualmente prender, Lestrade.

- Seguirei o seu conselho. Como é que soube da existência deste esconderijo, Sr. Holmes?

- Estava convencido de que o tipo estava escondido dentro de casa. Quando percorri o corredor, verifiquei que era um metro e oitenta mais curto que o corredor do andar de baixo, tornando-se-me evidente onde é que o homem estava. Pensei que não teria suficiente sangue-frio para continuar escondido face ao alarme de incêndio. Podíamos, evidentemente, ter entrado no esconderijo e tê-lo prendido, mas divertiu-me obrigá-lo a revelar a sua presença. Além disso, devia-lhe uma pequena mistificação, Lestrade, depois da sua troça desta manhã.

- Bom, Sr. Holmes, não há dúvida de que ficámos quites. Mas como raio é que percebeu que ele estava escondido na casa?

- Pela marca do polegar, Lestrade.





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