- Não quero mais que isso - disse o americano. - E acho que a minha melhor defesa será revelar toda a verdade.
- É meu dever avisá-lo de que as suas declarações poderão vir a ser utilizadas contra si - exclamou o inspector, com o magnífico fair play da lei criminal britânica.
Slaney encolheu os ombros.
- Correrei esse risco - disse. - Em primeiro lugar, queria que os senhores compreendessem que conheço esta senhora desde criança. Somos uma quadrilha de sete pessoas em Chicago e o pai de Elsie era o chefe da Organização. Era um homem inteligente, o velho Patrick. Foi ele que inventou essa escrita secreta que passava por rabiscos de criança, a menos que se tivesse a chave para a decifrar. Bom, Elsie teve conhecimento de algumas das nossas actividades, mas não aguentou essa vida. Tinha algum dinheiro honesto seu e fugiu-nos, vindo para Londres. Estávamos noivos e teríamos casado, creio, se eu tivesse optado por outra profissão, mas naquelas circunstâncias ela não queria ter nada a ver comigo. Só depois de se casar com este inglês é que consegui descobrir onde é que ela estava. Escrevi-lhe, mas não obtive resposta. Depois disso, vim para Inglaterra e, como as minhas cartas não servissem de nada, comecei a escrever mensagens onde ela as pudesse ler.