O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 1: A Aventura da Casa Vazia Pág. 9 / 363

Ele não empunhou qualquer arma, mas atirou-se a mim agarrando-me com os seus longos braços. Sabia que fora derrotado e só pensava em fazer cair a sua vingança sobre mim. Cambaleámos os dois à beira do precipício. No entanto tenho alguns conhecimentos de baritsu, o sistema japonês de luta corpo-a-corpo, que já me foram úteis mais de uma vez. Consegui libertar-me das suas mãos e ele, com um horrível grito, debateu-se loucamente durante alguns segundos, agitando ambas as mãos no ar. Mas apesar de todos os seus esforços, não conseguiu recuperar o equilíbrio e caiu no abismo. Com o rosto encostado à beira vi-o cair até ao fundo. Depois, bateu numa rocha, ressaltou e caiu na água.

Ouvi com profundo espanto esta explicação que Holmes ia dando entre fumaças do seu cigarro.

- Mas as pegadas! - gritei. - Vi, com os meus próprios olhos, duas séries de pegadas pelo carreiro abaixo e nenhumas pegadas de volta.

- O que aconteceu foi o seguinte; no instante em que o professor desapareceu, apercebi-me de uma oportunidade extraordinariamente favorável com que o destino me bafejava. Sabia que Moriarty não era o único homem que jurara matar-me. Havia pelo menos mais três cujo desejo de vingança apenas aumentaria com a morte do seu chefe. Eram todos homens perigosos. Um ou outro certamente me mataria: Pelo outro lado, se todo o mundo ficasse convencido de que eu morrera, estes homens assumiriam certas liberdades, depressa se denunciando, e eu podia destruí-los mais cedo ou mais tarde. Então, seria altura de anunciar que ainda estava na terra dos vivos. O cérebro actua tão rapidamente que creio que pensei em tudo isto antes de o Prof. Moriarty chegar ao fundo do Reichenbach Fall.





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