Carruthers, mostrava grande interesse por mim. Por força das circunstâncias passamos bastante tempo juntos. Acompanho-o quando toca à noite. Mas nunca disse nada. É um verdadeiro cavalheiro. Mas uma rapariga apercebe-se sempre do interesse de um homem. 
- Ah! - Holmes mostrou-se sério. - Qual é a sua profissão? 
- É um homem rico. 
- Não tem cavalos ou carruagens? 
- Bom, pelo menos vive confortavelmente. Mas vem a Londres duas ou três vezes por semana. Tem grandes interesses nas minas de ouro da África do Sul. 
- Informe-me de quaisquer novos acontecimentos, Miss Smith. Neste momento estou muito ocupado, mas arranjarei tempo para fazer algumas investigações relacionadas com o seu caso. Entretanto, não tome qualquer atitude sem falar comigo. Adeus, e espero que só venhamos a ter boas notícias suas. 
- Faz parte da ordem da Natureza uma rapariga assim ter admiradores - disse Holmes enquanto fumava pensativamente o seu cachimbo -, mas não de bicicleta em estradas isoladas do campo. Algum apaixonado que não se quer dar a conhecer, sem dúvida. Mas o caso apresenta pormenores curiosos e sugestivos, Watson. 
- O facto de ele só aparecer naquela parte da estrada? 
- Exacto. A nossa primeira preocupação tem de ser averiguar quem ocupa Charlington Hall. Depois, há outra coisa. Que relação existirá entre Carruthers e Woodley, parecendo estes homens serem de um tipo tão diferente? Como é que mostraram ambos tanto interesse em descobrir os parentes de Ralph Smith? E um outro pormenor. Que dono de casa é que paga o dobro do salário usual a uma perceptora, mas não possui sequer um cavalo apesar de viver a mais de seis quilómetros da estação? Estranho, Watson... muito estranho! 
- Ainda tenciona lá ir? 
- Não, meu caro, você é que lá irá.