O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 4: A Aventura da Ciclista Solitária Pág. 97 / 363

Carruthers, mostrava grande interesse por mim. Por força das circunstâncias passamos bastante tempo juntos. Acompanho-o quando toca à noite. Mas nunca disse nada. É um verdadeiro cavalheiro. Mas uma rapariga apercebe-se sempre do interesse de um homem.

- Ah! - Holmes mostrou-se sério. - Qual é a sua profissão?

- É um homem rico.

- Não tem cavalos ou carruagens?

- Bom, pelo menos vive confortavelmente. Mas vem a Londres duas ou três vezes por semana. Tem grandes interesses nas minas de ouro da África do Sul.

- Informe-me de quaisquer novos acontecimentos, Miss Smith. Neste momento estou muito ocupado, mas arranjarei tempo para fazer algumas investigações relacionadas com o seu caso. Entretanto, não tome qualquer atitude sem falar comigo. Adeus, e espero que só venhamos a ter boas notícias suas.

- Faz parte da ordem da Natureza uma rapariga assim ter admiradores - disse Holmes enquanto fumava pensativamente o seu cachimbo -, mas não de bicicleta em estradas isoladas do campo. Algum apaixonado que não se quer dar a conhecer, sem dúvida. Mas o caso apresenta pormenores curiosos e sugestivos, Watson.

- O facto de ele só aparecer naquela parte da estrada?

- Exacto. A nossa primeira preocupação tem de ser averiguar quem ocupa Charlington Hall. Depois, há outra coisa. Que relação existirá entre Carruthers e Woodley, parecendo estes homens serem de um tipo tão diferente? Como é que mostraram ambos tanto interesse em descobrir os parentes de Ralph Smith? E um outro pormenor. Que dono de casa é que paga o dobro do salário usual a uma perceptora, mas não possui sequer um cavalo apesar de viver a mais de seis quilómetros da estação? Estranho, Watson... muito estranho!

- Ainda tenciona lá ir?

- Não, meu caro, você é que lá irá.





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