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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 124
seja de recear que por sua causa viesse a comprometer-se a segurança do Estado.

Possuem poucos sacerdotes para evitar que a dignidade sacerdotal, agora tão venerada, no caso de ser comunicada a muitos viesse a ser votada ao desprezo. E também porque lhes é difícil encontrar muitos homens dignos de executar uma função que exige virtudes acima do vulgar.

Os sacerdotes da Utopia não são menos estimados no estrangeiro que na sua nação. Eis a explicação e a causa disto, na minha opinião, Durante as batalhas em campo aberto, os sacerdotes, revestidos dos trajes sagrados, erguendo as mãos aos Céus, rezam ajoelhados pela paz, antes do mais, depois pela vitória dos seus, mas não por uma vitória sangrenta.

E, se o seu exército vence, metem-se no meio dos combatentes e impedem os seus soldados de matar ou cruelmente perseguir o inimigo vencido. E se algum dos soldados inimigos os vê e lhes fala tem a vida salva. Se conseguir tocar no tecido dos seus trajes, consegue também salvar os seus bens do saque e da pilhagem. Tal procedimento elevou-os na veneração e deu-lhes tal majestade entre os outros povos que muitas vezes preservaram os próprios compatriotas da vingança dos inimigos, tal como antes tinham protegido os adversários. É bem conhecido o facto de, quando o seu próprio exército algumas vezes recuou e desesperado começou a fugir, perseguido furiosamente pelos inimigos, os sacerdotes se terem interposto e conseguido suspender o morticínio, separando os contendores, e fazendo-se a paz sob condições justas para ambas as partes, pois nem a nação mais cruel e bárbara deixa de ter tal reverência por eles que não considere as suas vidas sagradas e santificadas e por isso invioláveis.

Têm como dia sagrado o primeiro e o último dia de cada mês e ano, dividindo o ano em meses, que calculam pela revolução

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Capa do livro A Utopia
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