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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 123
Não há castigo que mais receiem, pois incorrem em infâmia e são torturados pela sua consciência com mil escrúpulos, não escapando durante muito tempo à punição. Pois, a menos que se arrependam rapidamente e emendem a sua vida, são punidos pelo Senado como ímpios e viciosos.

A infância e a juventude são orientadas pelos sacerdotes, que se preocupam tanto ou mais em ensinar-lhes a virtude e os bons costumes como a ciência. Põem todo o seu talento e experiência em imprimir no espírito ainda tenro e maleável das crianças os bons princípios, que contribuirão para a salvaguarda da república. Princípios que, uma vez implantados nas crianças, elas conservam toda a vida e se tornam extremamente úteis para a defesa e conservação do Estado, que só perece quando os vícios são engendrados pelos maus princípios.

Os sacerdotes, a menos que sejam mulheres (pois o sexo feminino não é afastado do sacerdócio, embora poucas sejam escolhidas, e só entre as viúvas e as mulheres idosas), os sacerdotes, como ia dizendo, escolhem as esposas entre as mais consideradas mulheres do seu país, pois a nenhum cargo na Utopia é atribuída maior consideração que ao sacerdócio. Quando um deles comete algum crime, não é entregue à justiça, mas a Deus e à sua consciência. Não admitem que seja permitido tocar com a mão de um simples homem naquele que foi consagrado e dedicado a Deus, como oferta sagrada, por maior que tenha sido o seu crime. Este costume é tanto mais fácil de observar quanto o número de sacerdotes é muito restrito e só são eleitos com os maiores cuidados. É extremamente raro suceder que um homem virtuoso entre os mais virtuosos, elevado em tão alta dignidade, caia no vício e na depravação. E, se tal acontecer, pois a natureza humana é frágil, o seu pequeno número e o não possuírem poderes, mas apenas honras, fazem que não

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Os capítulos deste livro:
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51