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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 19
maus professores, sempre mais prontos a bater nos alunos que a ensiná-los. São aplicados aos ladrões grandes e terríveis castigos, quando seria preferível assegurar de algum modo a sua subsistência, de maneira a que homem algum se encontre na necessidade extrema de roubar primeiro e morrer depois.

- De facto - respondeu ele -, já se atendeu a que isso fosse resolvido. Há os ofícios e a agricultura, em que poderiam ganhar a sua vida, se não preferissem o crime ao trabalho.

- Não, não vos deixarei escapar tão facilmente da discussão - retorqui-lhe -, pois, em primeiro lugar, nem sequer falo dos que voltam da guerra feridos e mutilados, como, ainda há pouco, da batalha de Blackheath" ou, um pouco antes, das guerras de França. Homens que põem a sua vida em perigo, ao serviço da pátria ou do rei, e cuja fraqueza e incapacidade os impede de se ocuparem nas suas amigas profissões e que são demasiado velhos para aprenderem outras; deles nada direi, já que as guerras só surgem de longe em longe.

Consideremos antes o que dia a dia se passa sob o nosso olhar, vejamos o grande número de nobres que, não satisfeitos com a sua própria ociosidade, vivem preguiçosamente, como zângãos, do trabalho dos seus rendeiros, a quem esfolam até ao osso, fazendo-os pagar rendas elevadíssimas, e esta é a sua única economia, pois se encontram sempre prontos a arruinar-se para satisfazer o seu prazer ou prodigalidade. Não contentes com isto, como ia dizendo, arrastam atrás de si um enorme rebanho de criados insolentes e desocupados, que nunca aprenderam qualquer ofício que lhes permitisse ganhar a vida. Estes, mal adoecem ou o amo

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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