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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 61
indivíduo, embora tendo já uma profissão, queira aprender outra, é-lhe lícito fazê-lo. Na posse de ambas as profissões, pode escolher a que preferir, a menos que a cidade tenha mais necessidade de uma que da outra. A função principal e quase única dos sifograntes é velar para que ninguém se entregue à ociosidade, e para que toda a gente exerça a sua profissão diligentemente, não querendo isto dizer que tenha de trabalhar sem descanso, do nascer ao pôr-do-sol, como bestas de carga. Isso seria pior que a miserável e desgraçada condição de escravo, embora seja essa a vida dos trabalhadores e artífices, por toda a parte, fora da Utopia.

Nesta ilha divide-se o dia e a noite em vinte e quatro horas exactas e destinam-se ao trabalho apenas seis horas: três antes do meio-dia, com intervalo para o jantar, duas de descanso, seguindo-se mais três horas de trabalho e a ceia. Às oito da noite vão para a cama, dando oito horas ao sono.

O tempo livre entre o trabalho, as refeições e o sono é ocupado livremente por cada indivíduo, como melhor o entender. Não com o fim de que se possam entregar à preguiça e ao esbanjamento, mas para que, libertos das suas ocupações, se ocupem e empreguem a sua actividade variadamente na arte ou na ciência que mais lhes agrade.

É um costume muito apreciado haver diariamente cursos públicos, de madrugada, a que apenas são obrigados a assistir os indivíduos escolhidos e destinados ao estudo. No entanto, grande número de pessoas, mulheres e homens, frequentam estes cursos, escolhendo a matéria para que sentem mais inclinação. Porém, se alguém preferir empregar o seu tempo livre na sua própria profissão, como acontece com muitos cujo espírito sé não deleita nas ciências especulativas, não o censuram por isso, nem o impedem, antes o louvam, pois assim se torna igualmente útil à comunidade.

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Capítulo 2 8
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