consigo mulheres, dispensam a carruagem, considerando-a um embaraço. E, embora nada levem consigo, não sentem falta de nada, pois em toda a parte se encontram em sua casa.
Se se demoram num local mais de um dia, trabalham aí na sua profissão e são bem recebidos pelos trabalhadores do mesmo ofício.
Se alguém, por iniciativa própria e sem autorização, atravessa os limites da sua província, no caso de ser apanhado sem a carta do príncipe, é preso como fugitivo e desertor e severamente castigado. No caso de reincidir, é punido com a escravatura, Se alguém desejar dirigir-se aos campos que pertencem à cidade em que habita, com autorização do pai e da esposa pode fazê-lo sem impedimento. No local a que se dirige, só recebe as refeições se antes tiver executado as tarefas que lhe foram determinadas. Observando estes preceitos, qualquer indivíduo pode dirigir-se a qualquer local dentro dos limites da sua província, pois aí é tão útil como na cidade.
Vedes agora como se torna impraticável a ociosidade, e como não há disfarce para a preguiça ou para o vício. Não existem tabernas, nem cervejarias, nem bordéis que favoreçam o vício e a libertinagem, nem conluios secretos, nem assembleias ilegais e traidoras. Encontram-se constantemente expostos ao olhar de toda a gente. Deste modo, necessariamente, têm de se aplicar nas suas tarefas costumeiras ou recrearem-se em passatempos honestos e louváveis.
Generalizado entre o povo este modo de viver, é inevitável que daí resulte a abundância. Vendo que a distribuição é equitativa, ninguém precisa de mendigar ou ser pobre. Disse já que no Senado de Amaurota têm assento anualmente três deputados por cada cidade. Sabendo-se os bens que há de reserva e conhecidos os excedentes das diversas regiões e os locais onde se
