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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 83
os outros, em especial (pois é uma virtude própria do homem) mitigar e aliviar as dores dos nossos semelhantes, arrancando-os ao sofrimento e à dureza da vida, curando-os para a alegria, isto é, para o prazer, porque não dizê-lo, se a natureza leva o homem a, proceder assim para consigo mesmo?

Uma vida alegre, isto é, uma vida agradável, ou é má, e, se assim é, não devemos ajudar os outros a gozá-la, como até devemos evitá-lo, afastá-la de todos os homens, pois é prejudicial e perigosa, ou é boa, e podemos e devemos procurá-la para os outros e principalmente para nós, a quem devemos tanta compaixão e cuidados como para com os outros. Quando a natureza nos inspira a bondade e a misericórdia, não nos manda ser cruéis e desapiedados para com nós próprios. Deste modo, a própria natureza nos leva a uma vida agradável, isto é, ao prazer como fim de todas as nossas acções. Os Utopianos definem a natureza como a vida conforme à lei natural.

A natureza leva todos os homens a ajudarem-se mutuamente para viverem felizes (e não procede assim sem boa causa, pois ninguém está tão acima da condição humana que a natureza se ocupe exclusivamente dele, quando, pelo contrário, favorece todos os que possuem a mesma forma e espécie). Ordenou-nos também o uso da circunspecção, fazendo-nos atendera que não devemos procurar prazeres que possam prejudicar os outros.

Pensam também os Utopianos que não só as alianças e convenções entre particulares devem ser escrupulosamente observadas e cumpridas. Também o devem ser as leis públicas, promulgadas por um príncipe justo, ou sancionadas pelo povo, que não estava nem oprimido pela tirania, nem enganado com fraudes e artimanhas, leis, que distribuem os prazeres da vida, quer dizer, que regulam a matéria do prazer. É próprio da sabedoria procurar a felicidade sem violar as leis. Proceder deste

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51