Orgulho e Preconceito - Cap. 19: Capítulo XIX Pág. 118 / 414

- Asseguro-lhe, Mr. Collins, que todos esses elogios serão desnecessários. É preciso que me conceda a licença de julgar por mim mesma e me faça o favor de acreditar no que digo. Desejo que se torne muito rico e muito feliz e, recusando-lhe a minha mão, faço tudo que está em meu poder para auxiliá-lo a atingir os seus fins. Fazendo-me este oferecimento, já teve ocasião de mostrar a delicadeza dos seus sentimentos e pode portanto tomar posse da propriedade de Longbourn quando o meu pai morrer, sem nenhum escrúpulo. O assunto pode ser considerado encerrado.

E dizendo estas palavras Elizabeth se levantou e teria saído da sala se Mr. Collins não tivesse se dirigido a ela:

- Quando eu tiver a honra de lhe falar pela segunda vez neste assunto, espero receber uma resposta mais favorável. Longe de mim, no entanto, acusá-la de crueldade neste momento, pois sei que é um costume do seu sexo rejeitar as primeiras propostas de um homem. E penso que me deu agora todos os encorajamentos compatíveis com a verdadeira delicadeza do carácter feminino.

- Realmente, Mr. Collins - gritou Elizabeth, com vivacidade -, o senhor me surpreende. Se o que eu lhe disse até agora pode lhe parecer um encorajamento não sei de que maneira lhe exprimir a minha recusa de maneira a torná-la convincente.

- Peço licença, minha encantadora prima, para aceitar a sua recusa apenas como uma questão de palavras. Minhas razões para acreditar nisto são em suma as seguintes: não me parece que a minha mão seja indigna da sua pessoa, nem tampouco a situação que posso oferecer-lhe. Minha posição na vida, minhas relações com a família De Bourgh e meu parentesco com a sua são circunstâncias que falam altamente em meu favor. E além disso a minha prima devia tomar em consideração também que, apesar dos seus muitos atrativos, não é certo que outra proposta de casamento lhe seja feita.





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