Orgulho e Preconceito - Cap. 35: Capítulo XXXV Pág. 214 / 414

que os fatos que se passaram naquela noite confirmaram a minha opinião sobre todas as pessoas em questão e fortaleceram a minha resolução de proteger o meu amigo de uma aliança que eu considerava a mais desastrada. Ele deixou Netherfield no dia seguinte, como decerto está lembrada, com a intenção de regressar breve. Agora devo explicar a parte que tomei no caso. A inquietude da irmã de Bingley fora igualmente despertada e logo descobrimos que os nossos sentimentos, coincidiam a esse respeito; convencidos ambos de que devíamos agir rapidamente, resolvemos acompanhá-lo a Londres. Foi o que fizemos. E lá tomei a meu cargo a incumbência de revelar ao meu amigo as consequências desastrosas da escolha que fizera. No entanto, por mais que esta advertência possa ter-lhe abalado a resolução, não creio que teria sido suficiente para impedir o casamento, se não tivesse sido apoiada pela afirmação, que não hesitei em fazer, de que a sua irmã lhe era indiferente. Ele acreditava até aquele momento que Miss Jane correspondia à sua afeição sinceramente, se não com igual intensidade. Mas Bingley é por natureza muito modesto, e além disso tem mais confiança no meu julgamento do que no seu próprio. Convencê-lo, portanto, de que se tinha enganado não foi muito difícil. Persuadi-lo, em seguida, de que não devia voltar para o Hertfordshire, depois de firmado o primeiro ponto, foi coisa de um instante. Não me arrependo de tê-lo feito. Existe apenas uma parte da minha conduta que não me satisfaz. É que condescendi em usar de certos artifícios para esconder de Bingley o fato de sua irmã se encontrar em Londres. Sabia dessa presença, bem como Miss Bingley, mas o seu irmão até agora ainda não sabe. É possível que eles pudessem ter-se encontrado sem outras consequências; mas o seu afeto não me pareceu suficientemente extinto para que ele pudesse ver a sua irmã sem correr algum perigo.




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