Orgulho e Preconceito - Cap. 50: Capítulo L Pág. 328 / 414

Capítulo L

Mr. Bennet muitas vezes se arrependera de nunca ter posto de lado uma soma anual para garantia do futuro das filhas e da mulher, em vez de gastar toda a sua renda. Agora se arrependia mais do que nunca. Se tivesse cumprido o dever nesse ponto, Lydia não estaria agora devendo tanto ao tio, uma soma tão grande em dinheiro, honra e bom nome. E a satisfação de obrigar um dos piores rapazes da Grã-Bretanha a se casar com ela lhe teria cabido, como de direito.

Ele estava seriamente preocupado com que uma coisa de tão poucas vantagens para qualquer pessoa tivesse sido conseguida unicamente às expensas do seu cunhado e resolvera, caso fosse possível, averiguar a importância exata do auxílio dele e lhe pagar o mais depressa possível.

Quando Mr. Bennet se casou, julgara que era perfeitamente inútil fazer economia, pois naturalmente haveria de ter um filho. Este filho entraria no direito de herdar a propriedade e desse modo a viúva e as crianças menores ficariam garantidas. Cinco filhas sucessivamente vieram ao mundo, mas o filho ainda estava para vir. Muitos anos depois do nascimento de Lydia, Mrs. Bennet acreditara que o filho viesse a nascer. Mas afinal tivera que renunciar a essa esperança. Mrs. Bennet não tinha jeito para economia e os gostos morigerados do marido foram a única coisa que os impediu de gastarem além da renda que possuíam.

Pelo contrato de casamento, cinco mil libras deviam ser deixadas para Mrs. Bennet e seus filhos. Mas a partilha devia ser feita de acordo com a vontade dos pais. Em relação a Lydia, este era um ponto que agora devia ser decidido. E Mr. Bennet não podia hesitar em aceitar os termos da proposta que lhe tinha sido feita. Em termos precisos, porém cordiais, exprimiu a sua gratidão pela bondade do cunhado.





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