- Parece que sim.
- Pelo menos podemos, aceitar o raciocínio como hipótese de trabalho. Suponhamos que em cada caso foi queimada uma substância que produziu uma atmosfera causadora de estranhos efeitos tóxicos. Muito bem. No primeiro caso, o da família de Tregennis, a substância foi colocada no fogão. A janela estava fechada, mas o fumo escaparia em parte pela chaminé; seria, pois, de esperar que os efeitos do veneno fossem menores do que no segundo caso, em que os vapores não se podiam escapar tao facilmente. O resultado parece indicar que assim foi, já que, no primeiro caso, apenas morreu a mulher, presumivelmente com um organismo mais sensível, enquanto os outros apresentam sintomas de loucura temporária ou permanente, sem dúvida o primeiro efeito da droga. No segundo caso, nada falhou. Os factos, portanto, parecem apoiar a teoria de que as mortes e a loucura foram provocados pela combustão de um veneno.
»Com este raciocínio na cabeça, procurei naturalmente restos eventuais da substância no quarto de Tregennis. O sítio óbvio a examinar era a mica do fogão ou o guarda-fumo do candeeiro. Detectei cinzas em floco e, à volta, um pó acastanhado que ainda não tinha ardido.