A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 2: A AVENTURA DE WISTERIA LODGE Pág. 22 / 210

Esher e arredores viveram horas de grande alvoroço desde que se soube, ontem à noite, que fora efectuada uma prisão relacionada com o crime de Oxshott. Recorda-se que Mr. Garcia, de Wisteria Lodge, foi encontrado morto em Oxshott Common, apresentando o corpo sinais de extrema violência, e que, na mesma noite, o seu criado e o seu cozinheiro fugiram, o que parecia denunciar participação no crime. Disse-se, embora nunca se tivesse provado, que o cavalheiro assassinado possuía valores na residência e que o roubo fora o móbil do crime. O inspector Baynes, a quem o caso está entregue, não se tem poupado a esforços para descobrir o esconderijo dos fugitivos e possui boas razões para acreditar que não andarão longe, devendo ter-se acoitado num refúgio já preparado para o efeito. Porém, desde o princípio que não se duvidava de que acabariam por ser localizados, pois o cozinheiro, conforme testemunharam um ou dois negociantes que o viram de relance através da janela, era um homem com aspecto singularíssimo - um mulato enorme e medonho, de feições amareladas de tipo negróide pronunciado. Este homem foi visto depois do crime. O agente Walters detectou-o e perseguiu-o na mesma noite, quando ele teve a audácia de voltar a Wisteria Lodge. O inspector Baynes, considerando que a visita devia ter alguns objectivos e, assim, provavelmente, se repetiria, abandonou a casa, montando, porém, uma emboscada nos arbustos. O homem caiu na armadilha e foi capturado ontem à noite, após uma luta da qual o agente Downing saiu violentamente mordido pelo selvagem. Soubemos que quando o preso for levado perante os juízes, a polícia pedirá que a prisão seja mantida e que desta captura se esperam grandes revelações.