O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 361 / 363

Devia ainda estar no mesmo sítio onde Lucas o pusera, pois ele escondeu-o antes de aquela horrível mulher entrar na sala. Se ela não tivesse aparecido quando apareceu, eu nunca saberia da existência daquele esconderijo. Como é que podia voltar àquela sala? Vigiei a casa durante dois dias, mas a porta nunca foi deixada aberta. Ontem à noite, fiz uma última tentativa. O que fiz e o que consegui já o senhor sabe. Trouxe comigo o documento e pensei em destruí-lo, pois não via forma de o devolver sem ter de confessar o meu crime ao meu marido. Santo Deus, ouço os seus passos na escada!

O secretário de Estado para os Assuntos Europeus irrompeu nervosamente na sala.

- Tem noticias, Sr. Holmes, tem noticias? - exclamou.

- Tenho algumas esperanças.

- Ah, graças a Deus! - Mostrou-se radiante. - O primeiro-ministro vem almoçar comigo. Pode compartilhar com ele as suas esperanças? Ele tem nervos de aço e, no entanto, sei que mal tem dormido desde que se deu este terrível acontecimento. Jacobs, peça ao primeiro-ministro para subir. Quanto a ti, minha querida, lamento mas trata-se de política. Encontramo-nos daqui a pouco na sala de jantar.

O primeiro-ministro estava aparentemente sereno, mas vi pelo brilho dos seus olhos e pelos gestos nervosos das suas mãos que compartilhava o entusiasmo do seu jovem colega.

- Soube que tinha noticias para nos dar, Sr. Holmes.

- Por enquanto são negativas - respondeu o meu amigo. - Fiz investigações em todos os lugares onde o documento podia estar e estou certo de que não há perigo de ele ser roubado.

- Mas isso não chega, Sr. Holmes. Não podemos viver eternamente sobre um tal barril de pólvora. Temos de ter resultados concretos.





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