Parecia ser um homem de meia-idade, com uma barba curta e escura. Voltei a olhar para trás antes de chegar a Farnham, mas o homem desaparecera e não voltei a pensar nele. Mas pode imaginar a minha surpresa, Sr. Holmes, quando ao regressar, na segunda-feira, vi o mesmo homem na mesma parte da estrada. O meu espanto aumentou quando se voltou a repetir o incidente, exactamente como já acontecera no sábado e na segunda-feira seguintes. O homem manteve-se sempre à distância e não me molestou de qualquer forma, mas achei a situação muito estranha. Comentei o facto com o Sr. Carruthers, que me pareceu muito interessado no que eu lhe contei e disse-me que já tinha encomendado uma carruagem para que de futuro eu não passasse por aquela estrada isolada sem alguém que me acompanhasse.
A carruagem devia ter chegado esta semana mas, por qualquer razão, não foi entregue e voltei a ter de ir de bicicleta para a estação. Foi esta manhã que isso se passou. Calculará que ao chegar à charneca de Charlington olhei para trás e lá estava o homem exactamente como nas passadas duas semanas. Manteve-se sempre suficientemente distante de mim para que eu não lhe pudesse ver c1aramente as feições, mas era sem dúvida alguém que eu não conhecia. Vestia um fato escuro e uma capa de fazenda. A única coisa que eu via claramente no seu rosto era a barba escura. Hoje não me senti alarmada, mas sim cheia de curiosidade e decidi saber quem ele era e o que queria. Abrandei, mas ele também abrandou. Depois parei, mas ele também parou. Então decidi enganá-lo Há uma curva acentuada na estrada e pedalei a toda a velocidade ate a passar e depois parei e esperei. Estava à espera de o ver passar rapidamente por mim antes de dar por isso e poder parar.
