A Princesa da Babilónia - Cap. 1: Capítulo 1 Pág. 11 / 82

O escudeiro-mor, depois de haver apresentado os cumprimentos de Belus ao vencedor do leão, ao doador dos quarenta diamantes, ao dono do belo pássaro, perguntou ao valete de que reino era soberano o pai daquele jovem herói.

O valete respondeu:

- Seu pai é um velho pastor que é muito estimado no cantão.

Durante esse curto diálogo, o desconhecido já montara no seu unicórnio. Disse ao escudeiro-mor:

- Senhor, dignai-vos pôr-me aos pés de Belus e de sua filha. Ouso suplicar à princesa que tenha o maior cuidado com o pássaro que eu lhe deixo; ele é único como ela.

Dizendo tais palavras, partiu como um relâmpago; os dois valetes o seguiram; e perderam-nos de vista.

Formosante não pôde deixar de soltar um grande grito. O pássaro, voltando-se para o anfiteatro onde estivera sentado o seu dono, pareceu muito aflito de não mais o ver. Depois, fitando fixamente a princesa e esfregando suavemente o bico na sua linda mão, pareceu significar-lhe que se votava a seu serviço.

Belus, mais espantado do que nunca, ao saber que aquele jovem tão extraordinário era filho de um pastor, não pôde acreditá-lo. Mandou que os seguissem; mas logo lhe vieram dizer que os unicórnios nos quais corriam aqueles três homens não podiam ser alcançados e que, pelo galope em que iam, deviam fazer cem léguas por dia.





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