Os guias não tiveram dificuldade em seguir pista da princesa; não se falava senão dela e do seu grande pássaro. Todos os habitantes estavam ainda cheios de entusiasmo e admiração. Os povos da Dalmácia e das Marcas d'Ancona não tiveram tão deliciosa surpresa quando viram, mais tarde, uma casa voar; nas margens do Loire, do Dordonha, do Garona, do Gironda, ainda ecoavam as aclamações.
Quando Amazan chegou ao sopé dos Pireneus, os magistrados e os druidas do país obrigaram-no, contra a vontade, a dançar com um pandeiro; mas, logo que franqueou os Pireneus, não viu mais alegria nem contentamento. Se ouviu algumas canções de longe em longe, eram todas numa toada triste: os habitantes caminhavam gravemente, de rosário, e punhal à cinta. O povo, vestido de preto, parecia estar de luto. Se os criados de Amazan interrogavam os passantes, estes respondiam por sinais; se entravam numa estalagem, o proprietário informava em três palavras que não havia nada no estabelecimento, e que podiam mandar buscar a algumas milhas as coisas de que tinham necessidade urgente.
Quando perguntavam àqueles silenciários se tinham visto passar a bela princesa da Babilônia, respondiam com menos laconismo:
- Nós a vimos, sim; ela não é tão bonita; só os tipos trigueiros é que são bonitos; ela ostenta um colo de alabastro que é a coisa mais desgostante do mundo e quase não se encontra em nossos climas.
Amazan dirigia-se para a província regada pelo Bétis. Ainda não haviam decorrido doze mil anos que essa região fora descoberta pelos tírios, no mesmo tempo em que fizeram a descoberta da grande ilha Atlântida, submersa alguns séculos depois.