Primaveras Românticas - Cap. 6: Poesias Diversas Pág. 105 / 118

Saía então da Terra um grande espírito:
Havia em tudo uma expressão profunda:
Nem era muda a vastidão do mundo.
Como um canto que fere as cordas todas
D'uma harpa sonora, uma mesma alma
Através do Universo ia acordando,
Em peito, árvore, pedra, e céu e onda,
As mil notas, diversas mas cadentes,
D'uma mesma harmonia - o hino da Vida!

 

Era a cidade ideal da Natureza!
Seu povo, a criação; seu templo, o espaço;
E muralhas em volta, circundando-a,
D'um lado ao outro os livres horizontes!
Era a cidade ideal! a Lei eterna
Banhava-a sempre numa aurora imensa,
Quando um povo de deuses, radiante
De mocidade e brilho, caminhava
Por entre as multidões - e o solo heróico,
Teu solo sacrossanto, ó Grécia antiga,
Como um sublime palco, sob os passos
Dos actores divinos ressoava!

 





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