Que têm elas, que assim nos endoidecem,
Têm o que mais as almas apetecem...
Têm o aroma irritante e acre do Vício!
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XIX
SAUDADES PAGÃS
I
Visões! sonhos antigos!
Quando a Terra,
Na inocência primeira de seus anos,
Entre flores dormia... e era seu berço
O seio de mil deuses! Quando a vida
No coração dos homens sem esforço,
Se abria como um lotus, todo cheio
Dos raios do luar e dos segredos
Do vaporoso espírito das noites!
Quando um tronco era peito comovido,
E a montanha um Áugur, e a rocha oráculo:
E não se achava um só bago de areia
Que não estremecesse e não sentisse
Agitar-se-lhe dentro a alma confusa
Quando os Orfeus passavam, silenciosos,
Por entre os arvoredos, meditando!