Primaveras Românticas - Cap. 6: Poesias Diversas Pág. 110 / 118


IV

 

Secou-se o ramo d'oiro em mãos de Eneias!
Despovoou-se a terra! Os seus espíritos
Voaram não sei onde! A fonte chora
A viuvez das Náiades! O tronco
Agita no ar os braços descarnados,
A ver se apanha a túnica ligeira
Das perdidos Napeias! Longe, ao longe,
Nos ruídos dos bosques, nos suspiros
Do vento pelos vales, nos murmúrios
Dos rios tortuosos, nas cascatas,
Nas grutas, no rochedo - em tudo, em eco
De saudade indizível se levanta!
Sai do seio da terra uma voz triste,
Longa, profunda... é ela, que lamenta
A orfandade misérrima do mundo,
A morte da alma antiga, essa alma imensa,
Esse brilho extensíssimo!
Inocências!
Puros sonhos da infância do Universo!
Ah! não mais voltareis! um sopro frio




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