Porque os cantos mais belos dos Homeros 
Devem finalizar... 
E não é muito, pois, que estes maus versos 
Se vão a acabar.
 
 
E as venturas, que apenas se imaginam, 
E não vão mais além, 
E ninguém sabe delas... essas mesmas 
Devem ter fim também.
 
 
Uma nuvem, que passa levemente, 
Que mal pode fazer? 
Pequena e ténue, não desperta invejas... 
E, entanto, há-de morrer!
 
 
Uns amores doidinhos de crianças, 
Que mal sabem brincar, 
Quem lhes sentiu o peso? a quem ofendem? 
E, entanto, hão-de findar!
 
 
Um poema, sonhado entre as estrelas, 
À luz d'uma ilusão, 
Também que custa a ouvir, que custa? e, entanto, 
Há-de ter conclusão!
 
 
Quando escrevi o título da obra, 
Logo ouvi segredar 
Não sei que íntima voz, pressaga e triste, 
Que tinha d'acabar...