Criança no sonhar e na inocência...
Tão dócil que um olhar basta a levá-lo...
Uma palavra só a sossegá-lo
E adormecer-lhe a louca turbulência.
Como a ave que, voando em seu caminho,
Acha acanhada a extensão serena,
E à noite se conchega e faz pequena
E toda cabe num estreito ninho,
Pudesse ele minguar, meu coração!
Achar seu doce ninho que o prendesse!
Pudesse ele minguar - que te coubesse
Todo na estreita concha d'uma mão!
Eu dormira inocente e descuidado,
Como as aves do céu e como as flores,
Se tivesse por leito os teus amores,
Em vez do duro chão do meu cuidado.
X
SEIS MESES DEPOIS
Conclusão do Poema e da Ventura:
E não é sem razão...
Porque os poemas - mesmo os que se sonham -
Devem ter conclusão.