A Década Perdida - Cap. 3: O MENINO RICO Pág. 131 / 182

- Queres uma bebida? - perguntou com voz áspera.

- Não, Anson.

Serviu-se de meio cálice de whisky, engoliu-o, e depois abriu a porta que dava para o vestíbulo. - Anda daí - disse.

Dolly hesitou.

- Anson, afinal sempre vou hoje contigo para o campo. Compreendes, não é verdade?

- Claro - respondeu ele bruscamente.

No carro de Dolly rodaram por Long Island, mais próximos um do outro nas suas emoções do que jamais tinham estado. Sabiam o que aconteceria, sem o rosto de Paula a lembrar-lhes que algo faltava, mas quando se viram sozinhos na noite de Long Island, tranquila e quente, não se importaram.

A propriedade de Port Washington onde iam passar o fim de semana pertencia a uma prima de Anson que casara com um empresário do cobre. Um caminho interminável começava na casa do guarda e serpenteava sob choupos novos importados até u~~ grande casa cor-de-rosa em estilo espanhol. Anson ja os visitara muitas vezes.

Depois do jantar foram dançar para o Linx Club.

Cerca da meia-noite Anson certificou-se de que os primos não sairiam antes das duas horas, e depois explicou que Dolly estava cansada; ia levá-la a casa e mais tarde voltaria para o clube. Tremendo um pouco de excitação, meteram-se juntos num carro emprestado e foram para Port Washington. Quando chegaram à casa do porteiro pararam e falaram com o guarda-nocturno.

- Quando vais fazer a ronda, Carl?

- É para já.

- Então estarás aqui enquanto houver gente lá dentro?

- É verdade, Sir.

- Está bem. Escuta: se qualquer automóvel, não importa de quem, aparecer aqui no portão quero que me telefones imediatamente para casa. - Meteu uma nota de cinco dólares na mão de Carl. - Compreendeste?

- Compreendi, Mr. Anson. - Pertencendo ao Velho Mundo nunca pestanejava nem sorria.





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