A Década Perdida - Cap. 2: O DIAMANTE DO TAMANHO DO RITZ Pág. 75 / 182

Disse-lhes que descobrira uma mina de cristal de rocha e como apenas um ou dois de entre eles tinha já visto um diamante pequeno, acreditaram sem mais perguntas. Quando a enormidade da sua descoberta se lhes tornou evidente, viu-se a braços com um dilema. A montanha era um diamante - não era literalmente mais nada senão um diamante maciço. Encheu quatro sacos de sela com amostras cintilantes e partiu a cavalo para St. Paul. Aí tratou de mostrar meia dúzia de pedras pequenas; quando tentou mostrar uma maior um comerciante desmaiou e Fitz-Norman foi preso 'por perturbar a ordem pública. Fugiu da cadeia e apanhou o comboio para Nova Iorque, onde vendeu alguns diamantes de tamanho médio e recebeu em troca cerca de duzentos mil dólares em ouro. Mas não se atreveu a mostrar qualquer pedra excepcional; na verdade, deixou Nova Iorque mesmo a tempo. Criara-se nos círculos dos joalheiros uma enorme excitação, não tanto pelo tamanho dos diamantes, mas por terem aparecido na cidade vindos de fonte misteriosa. Corria o boato de que fora descoberta uma mina de diamantes em Catskills, na costa de J ersey, em Long Island, por baixo de Washington Square. Fizeram-se comboios de excursionistas, cheios de homens carregados com picaretas e pás, que começaram a sair de Nova Iorque, hora a hora, em direcção a vários EI Dorados das vizinhanças. Mas nessa altura já o jovem Fitz-Norman ia de regresso a Montana.

Passadas duas semanas já tinha calculado que o diamante da montanha era aproximadamente igual em quantidade a todos os outros diamantes que se sabia existirem no mundo. Contudo, não valia a pena avaliá-lo por qualquer cômputo habitual, pois que era um diamante inteiro - e se fosse posto à venda não só a base de oferta arruinaria o mercado mas também, se o valor variasse na progressão aritmética usual, não haveria no mundo ouro suficiente para comprar a décima parte dele.





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