Tal acusação é reiteradamente apresentada na imprensa comunista, em especial a partir do início de 1937. Ela faz parte da campanha mundial dos Partidos Comunistas contra o trotskismo", do qual se supõe que o P.O.U.M. fosse o representante na Espanha. De acordo com Frente Roja (jornal comunista de Valência), "o trotskismo não é uma doutrina política, mas uma organização capitalista oficial, uma quadrilha terrorista fascista que se ocupa com crimes e sabotagem contra o povo". O P.O.U.M. era uma organização "trotskista" em conluio com fascistas, e uma parte da "Quinta Coluna de Franco". O que se notava desde o início era que nenhuma prova ou indicação surgia para apoiar tal acusação, que era simplesmente proclamada com foros de autoridade. E o ataque se desferia com carga máxima de calúnia pessoal e irresponsabilidade completa quanto a quaisquer efeitos que pudesse ter sobre a guerra. Em comparação à tarefa de caluniar o P.O.U.M., muitos autores comunistas parecem ter considerado a revelação de segredos militares ao inimigo como coisa menos importante. Em edição de fevereiro do Daily Worker, por exemplo, uma autora (Winifred Bates) teve permissão para afirmar que o P.O.U.M. mantinha em seu setor da linha de frente apenas a metade dos soldados que dizia ter. Isso não era verdade, mas presumia-se que a autora o acreditasse. Tanto ela quanto o Daily Worker estavam prontos, portanto, a entregar ao inimigo uma das informações mais importantes que se possa prestar pelas colunas de um jornal. No New Republic o Sr. Ralph Bates afirmou que "os soldados do P.O.U.M. estavam jogando futebol com os fascistas na terra de ninguém" em ocasião quando, a bem da verdade, os homens do P.O.U.M. sofriam numerosas baixas e muitos de meus amigos pessoais eram feridos e mortos. Havia também a charge malevolente com ampla circulação, a princípio em Madriddd e depois em Barcelona, representando o P.O.U.M. como retirando a mascará marcada com foice e martelo e revelando uma carantonha estampada com a cruz gamada. Se o Governo não estivesse virtualmente sob controle comunista, jamais seria permitida uma coisa assim em tempo de guerra. Tratava-se de um golpe deliberado, desfechado contra o moral não só da milícia do P.O.U.M,. mas de quaisquer outros elementos que estivessem próximos a ela, pois não se tem incentivo algum em ouvir que as tropas ao lado, em plena linha de frente, são formadas de traidores.