Orgulho e Preconceito - Cap. 19: Capítulo XIX Pág. 116 / 414

Um pastor como o senhor tem a obrigação de se casar. Escolha uma mulher educada, é o que lhe peço; e, para seu interesse, escolha uma pessoa ativa, útil, que não tenha sido mimada pelos pais, mas que saiba administrar uma casa com economia. Encontre uma pessoa nessas condições o mais depressa possível, traga-a para Hunsford e eu irei visitá-la". Permita-me a propósito observar, minha encantadora prima, que não considero a atenção e a amabilidade de Lady Catherine uma das menores vantagens que estão em meu poder oferecer-lhe; penso que o seu espírito e a sua vivacidade a tornarão aceitável aos olhos de Lady Catherine, especialmente se combinar estas qualidades com a veneração e o respeito que a posição de Lady Catherine hão-de provocar inevitavelmente em seu espírito. Isto quanto à minha opinião geral a favor do matrimónio. Resta-me explicar por que lancei as minhas vistas sobre Longbourn de preferência ao lugar

onde resido, em que, posso lhe assegurar, encontraria muitas moças encantadoras. Mas o fato é que, sendo eu o herdeiro do seu honrado pai, que no entanto pode ainda viver longos anos, achei que era do meu dever escolher uma esposa entre as suas filhas, para que o prejuízo destas pessoas possa ser o menor possível, quando aquele triste acontecimento tiver lugar; o qual entretanto, como eu já disse, pode demorar ainda muitos anos. Este foi o meu motivo principal, minha estimada prima, e estou certo de que ele não me diminuirá aos seus olhos. E agora nada me resta senão lhe exprimir, na linguagem mais apaixonada, a violência da minha afeição. Sou perfeitamente indiferente à fortuna e não farei nenhuma exigência dessa natureza a seu pai, pois sei perfeitamente que ela não poderia ser atendida. Sei também que as mil libras a quatro por cento, que só serão suas depois da morte de sua mãe, são tudo a que a minha prima tem direito.





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