Orgulho e Preconceito - Cap. 4: Capítulo IV Pág. 13 / 414

Capítulo IV

Quando Jane e Elizabeth ficaram sozinhas, a primeira, que anteriormente fora mais discreta nos elogios a Mr. Bingley, confessou à irmã quanto o admirava.

- Ele é exatamente o que um rapaz deve ser - acrescentou. - Ajuizado, alegre, animado. Nunca vi maneiras tão distintas, tanta espontaneidade e tão boa educação.

- Também é bonito - replicou Elizabeth -, qualidade que um rapaz deve possuir, se possível. Assim a sua personalidade se torna completa.

- Fiquei muito lisonjeada por ele me ter tirado para dançar uma segunda vez. Não esperava tal galanteio.

- Não? Pois eu o esperava por você. Mas esta é uma das grandes diferenças entre nós. Os galanteios sempre a surpreendem. A mim, nunca. Nada mais natural do que ele solicitá-la para outra dança. Não podia deixar de reconhecer que você era cinco vezes mais bonita do que qualquer outra moça na sala. Não lhe fique grata por isso. Na verdade, ele é muito agradável, e eu lhe dou licença de gostar dele. Você já gostou de muitas pessoas mais estúpidas.

- Minha cara Lizzy!

- Você bem sabe que tem uma inclinação para gostar das pessoas em geral. Nunca encontra defeito em ninguém. A seus olhos todos são bons e agradáveis. Nunca a ouvi falar mal de quem quer que seja em toda a minha vida.

- Não desejaria censurar ninguém irrefletidamente. Mas sempre digo o que penso.

- Eu sei, e é isso o que me espanta. Sensata como você é, deixar-se enganar tão simploriamente pela loucura e pelo absurdo dos outros! A candura afetada é bastante comum; encontra-se por toda a parte, mas, ser cândida sem ostentação ou artifício, ver o lado bom do carácter de todo o mundo, torná-lo ainda melhor, ignorar o lado mau, são coisas que lhe pertencem exclusivamente. E você gostou também das irmãs daquele ho-mem, não é? As maneiras delas não são tão agradáveis quanto as de Mr.





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