Orgulho e Preconceito - Cap. 4: Capítulo IV Pág. 14 / 414

Bingley...

- Decerto que não. A princípio... Mas são moças muito agradáveis quando se conversa com elas. Miss Bingley vai morar com o irmão e dirigir a casa; se não me engano, encontraremos nela uma excelente vizinha.

Elizabeth nada respondeu, mas não ficou convencida. O comportamento daquelas moças durante o baile não fora calculado para agradar a todo o mundo. Dotada de maior rapidez de observação do que a irmã e de menos docilidade de génio e possuindo, além disso, uma faculdade de julgamento que nenhuma complacência consigo mesma obscurecia, Elizabeth se sentia pouco disposta a aceitar aquelas pessoas. Eram de fato moças distintas; não lhes faltava bom humor quando estavam contentes, nem o poder de agradar quando o desejavam; porém eram orgulhosas e convencidas. Além disso eram bastante bonitas e tinham sido educadas num dos principais colégios particulares de Londres. Possuíam uma fortuna de vinte mil libras, costumavam gastar mais do que deviam e associar-se com pessoas de classe; tinham portanto as aptidões necessárias para pensar bem de si mesmas e mediocremente dos outros. Provinham de uma família respeitável do norte da Inglaterra, coisa que guardavam mais profundamente impressa em sua memória do que o fato de sua fortuna, bem como a do irmão, ter sido adquirida no comércio.

Mr. Bingley herdara do pai uma fortuna calculada em cem mil libras. Este tencionara comprar uma propriedade, mas morrera antes de realizar o projeto. Mr. Bingley alimentava a mesma ideia e às vezes escolhia o seu condado; mas, como dispunha agora de uma boa propriedade e da liberdade de uma casa senhorial, muitos daqueles que lhe conheciam o génio acomodatício desconfiavam de que acabasse o resto dos seus dias em Netherfield, incumbindo da compra a próxima geração.





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