Orgulho e Preconceito - Cap. 23: Capítulo XXIII Pág. 140 / 414

Em segundo lugar tinha certeza de que Mr. Collins fora iludido. Em terceiro lugar tinha certeza de que eles nunca seriam felizes. E em quarto, que o compromisso poderia ser rompido. Duas coisas no entanto se podiam claramente deduzir do assunto: primeiro, que era Elizabeth a causa de todo aquele mal, e segundo, que ela, Mrs. Bennet, tinha sido tratada infamemente por todos. E foi sobre estes dois pontos, principalmente, que ela se expandiu durante o resto do dia. Nada a pôde consolar ou aplacar, e aquele dia passou sem que o seu ressentimento diminuísse. Durante uma semana não pôde ver Elizabeth sem ralhar com ela. Só depois de decorrido um mês pôde conversar novamente com Sir William e Lady Lucas sem ser grosseira, só perdoando a Charlotte muitos meses depois.

Os sentimentos de Mr. Bennet foram muito mais tranquilos. Ele achou a situação muito agradável, pois se sentia satisfeito, dizia, por descobrir que Charlotte Lucas, pessoa que ele julgara toleravelmente sensata, era, na realidade, tão tola quanto a sua mulher e mais tola ainda do que a sua filha.

Jane se confessou um tanto surpresa. Mas falou menos em seu espanto do que no desejo sincero de que eles fossem felizes. Elizabeth não conseguiu persuadi-la de que aquela felicidade era pouco provável. Kitty e Lydia estavam longe de invejar Miss Lucas. Para elas Mr. Collins era apenas um pastor, e a notícia afetou-as apenas como uma novidade que podiam espalhar em Meryton.

Lady Lucas não poderia ter resistido ao triunfo de falar a Mrs. Bennet sobre o conforto que representava para ela o fato de ter uma filha bem casada. Ia a Longbourn com mais frequência do que de costume, para dizer o quanto se sentia feliz, embora os olhares irados de Mrs. Bennet e as observações rancorosas ameaçassem, por vezes, estragar a sua felicidade.





Os capítulos deste livro