Orgulho e Preconceito - Cap. 29: Capítulo XXIX Pág. 176 / 414

Collins veio bater duas ou três vezes em cada porta, para recomendar que se apressassem, pois Lady Catherine não gostava que a fizessem esperar para o jantar. Maria Lucas, que tinha pouca prática da sociedade, estava assustada com as formidáveis descrições da suntuosidade de Lady Catherine e do seu estilo de vida. E a sua apreensão não era menor do que a que o seu pai sentira antes da sua apresentação em St. James.

Como o tempo estava bom, o passeio através do parque foi muito agradável. Todos os parques têm as suas belezas e as suas perspectivas. Elizabeth o achou bonito, embora não visse motivo para os êxtases de Mr. Collins. A enumeração que este fez das janelas da fachada da frente e a sua revelação da soma que tudo aquilo custara a Sir Lewis de Bourgh a impressionaram pouco.

Enquanto subiam as escadas para o hall, a emoção de Maria crescia a olhos vistos. E mesmo Sir William não parecia perfeitamente calmo. A coragem de Elizabeth não lhe faltou. Pelo que ouvira falar a respeito de Lady Catherine, não acreditava que ela se impusesse graças a talentos extraordinários ou virtudes miraculosas. E ela acreditava poder contemplar sem desfalecer a simples pompa do dinheiro e da ostentação social.

Do hall de entrada, cujas belas proporções e ricos ornamentos Mr. Collins fez ressaltar com ar extático, as visitas acompanharam os criados através de uma antecâmara até uma sala onde estavam Lady Catherine, a filha e Mrs. Jenkinson. Ao vê-los, Lady Catherine, com grande condescendência, levantou-se para recebê-los. E como Mrs. Collins tinha combinado com o marido que a formalidade das apresentações deveria ficar a cargo da esposa, a cerimónia decorreu corretamente, sem todas aquelas desculpas e agradecimentos que Mr. Collins teria julgado necessários.





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