Orgulho e Preconceito - Cap. 29: Capítulo XXIX Pág. 177 / 414

Apesar de já ter sido recebido em St. James, Sir William estava tão impressionado que se limitou a fazer profundas reverências e a sentar na sua cadeira sem dizer uma palavra. E sua filha, quase fora de si de medo, sentou na beirada da sua cadeira, sem saber para que lado olhar. Elizabeth não se sentiu absolutamente perturbada e pôde observar serenamente as três damas à sua frente.

Lady Catherine era uma senhora alta, bastante gorda, com traços fortemente marcados, que outrora deveriam ter sido bonitos. O seu ar não era conciliador, nem a sua maneira de receber as visitas era tal que lhes fizesse esquecer a sua inferioridade social. Os seus silêncios não a tornavam formidável, mas tudo o que ela dizia era pronunciado num tom tão autoritário que revelava a sua pretensão; Elizabeth se lembrou imediatamente da descrição de Mr. Wickham. E achou que Lady Catherine deveria ser exatamente como ele a tinha descrito.

Quando, depois de examinar a mãe, em cujo rosto e gestos ela percebeu logo uma forte parecença com Mr. Darcy, voltou os olhos para a filha, achou-a tão mirrada que quase lhe escapou dos lábios a mesma exclamação de espanto que Maria tivera. Não havia a menor semelhança entre a mãe e a filha, nem no tipo nem no rosto. Os traços de Miss de Bourgh, embora não fossem desagradáveis, eram insignificantes. Falava muito pouco e só em voz baixa para Mrs. Jenkinson, cuja aparência nada tinha de excepcional e que se ocupava exclusivamente em ouvir o que ela dizia e em colocar um biombo em situação conveniente diante dos olhos da moça.

Depois de ficarem sentados durante alguns minutos, eles se dirigiram até a janela para admirar a vista; Mr. Collins se encarregava de lhes detalhar as belezas enquanto Lady Catherine tinha a bondade de informar aos convidados que a vista era muito mais bela no verão.





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