Orgulho e Preconceito - Cap. 31: Capítulo XXXI Pág. 190 / 414

- Queria saber como é que ele se comporta entre os estranhos.

- O senhor o saberá. Mas prepare-se para ouvir coisas horríveis. Na primeira vez em que eu o vi no Hertfordshire foi num baile. E nesse baile o que é que o senhor acha que ele fez? Dançou apenas quatro danças. Sinto muito causar-lhe essa desilusão, mas é verdade. Ele dançou apenas quatro danças, embora faltassem cavalheiros. E sei que mais de uma moça ficou sentada por falta de um par. Mr. Darcy, o senhor não pode negar o fato.

- Naquela ocasião eu não tinha a honra de conhecer outras moças no salão a não ser as do meu próprio grupo.

- É verdade, e ninguém pode ser apresentado a uma pessoa estranha num salão de baile. Bem, Coronel Fitzwilliam, que devo tocar agora? Meus dedos esperam a sua ordem.

- Talvez - disse Darcy - eu tivesse feito melhor se houvesse solicitado uma apresentação. Mas me considero mal qualificado para me recomendar pessoalmente aos estranhos.

- Devemos perguntar a seu primo a razão para isto - disse Elizabeth, continuando a se dirigir ao Coronel Fitzwilliam. - Devemos perguntar-lhe por que um homem bem-educado e sensato, que tem a experiência do mundo, está mal qualificado para se recomendar às pessoas estranhas?

- Posso responder a sua pergunta sem consultá-lo - respondeu Fitzwilliam. - É porque ele não quer se dar ao trabalho.

- É certo que eu não tenho um talento que muita gente possui - disse Darcy: - o de conversar facilmente com pessoas que não conheço. Não consigo encontrar o tom apropriado nem me fingir interessado pelos assuntos dos outros, como vejo acontecer frequentemente.

- Meus dedos não se movem sobre este instrumento de uma maneira tão magistral quanto os de muitas outras mulheres. Eles não têm a mesma força e a mesma rapidez, nem possuem a mesma força de expressão.





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