Orgulho e Preconceito - Cap. 33: Capítulo XXXIII Pág. 198 / 414

Darcy, como tinha suposto. Guardando a carta imediatamente e forçando um sorriso, disse:

- Eu não sabia que o senhor costumava passear por esses lados.

- Estive fazendo a volta do parque - respondeu ele -, como o faço todos os anos, e tencionava encerrá-la com uma visita à reitoria. Tenciona ir mais adiante?

- Não, eu ia voltar logo.

E dizendo isto ela se virou. Juntos voltaram até a casa.

- Está mesmo decidido a deixar o Kent sábado? - perguntou Elizabeth.

- Sim, a menos que Darcy torne a adiar a partida. Estou a seu dispor. Ele que decida como lhe aprouver.

- Ele parece ter grande prazer em exercer a faculdade de escolha. Não conheço ninguém que pareça ter tanto prazer em fazer as suas vontades como Mr. Darcy.

- É verdade, ele gosta mesmo de fazer o que quer - respondeu o Coronel Fitzwilliam. - Mas todos nós gostamos. Somente que ele tem em geral mais meios de realizar os seus desejos do que o comum dos homens. Falo com sinceridade. Como filho caçula, tenho que estar preparado para o sacrifício e a obediência.

- Na minha opinião o filho mais moço de um nobre pouco sabe a respeito dessas virtudes. Agora fale seriamente, que é que o senhor sabe a respeito do sacrifício e da obediência? Quando foi impedido, por falta de dinheiro, de se locomover livremente ou de obter as coisas que desejava?

- Isto são perguntas particulares. E talvez eu não possa dizer que tenha experimentado muitas dificuldades desta natureza, mas em outras questões de importância é possível que eu sofra falta de dinheiro. Os filhos mais moços não podem se casar como desejam.

- A não ser que se apaixonem por mulheres ricas, e creio que muitas vezes isto acontece.

- O hábito que temos de gastar dinheiro nos torna dependentes demais.





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