- Isto não pode ser, cara Jane; você nunca conseguirá fazer com que ambos tenham razão. Faça a sua escolha, mas é preciso que se contente com um deles. As qualidades dos dois reunidas chegam apenas para fazer um homem bom. Ultimamente as situações se têm invertido várias vezes. Quanto a mim estou inclinada a acreditar em Mr. Darcy, mas você pode escolher o que quiser.
Passou-se algum tempo, entretanto, antes que um sorriso aparecesse no rosto de Jane.
- Não me lembro jamais de ter sofrido um desapontamento tão grande - disse ela. - Wickham é tão ruim assim! É quase inacreditável! E coitado de Mr. Darcy... Pense, Lizzy, em tudo o que ele deve ter sofrido. Que decepção! E ele ficou sabendo o que você pensa dele... E ter de contar uma coisa daquelas da própria irmã! É realmente muito triste. Creio que você deve sentir a mesma coisa.
- Oh, não, minha compaixão e meu arrependimento se dissipam quando vejo você toda cheia dos mesmos sentimentos! Tenho tanta certeza de que você lhe fará toda a justiça, que cada vez me sinto mais despreocupada e indiferente. A sua generosidade dispensa a minha. E se você continuar a lamentá-lo muito mais tempo, meu coração ficará tão leve como uma pena.
- Pobre Wickham! O rosto dele exprime tanta bondade... Suas maneiras são tão francas e amáveis...
- Houve certamente um grande erro na educação desses dois rapazes. Um tem todas as qualidades e outro todas as boas aparências.
- Eu nunca achei que as aparências de Mr. Darcy eram tão más assim.
- E no entanto, ao tomar partido tão violentamente contra ele, sem nenhuma razão, eu me vangloriava da minha agudeza.